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sábado, 15 de setembro de 2012

Não temos quem nos defenda


Tive uma noite povoada por sonhos maus e estou febril (uma gripe talvez). Fiquei por casa prostrada, sem forças, sem vontade para nada. Fui vendo o facebook, povoado de bandeiras pintadas de preto, coisa que não me agrada, dói-me até.
Com as lágrimas fáceis a saltarem-me dos olhos porque estou mais vulnerável que habitualmente, tenho estado a acompanhar as notícias no meu país via TV. Não via manifestações assim há muitos anos..
E choro de vergonha, de orgulho, de impotência de falta de fé no futuro. Sabemos o que não queremos, mas não chega. Já não há quem nos defenda. Já não há ideais com verdadeiro fundamento que levem ao caminho de mudanças urgentes, com verdadeiras soluções. Não vejo soluções. A partir daqui só vejo caos.
Já passei por épocas muito difíceis ao longo da minha vida, mas havia esperança. Agora parece não haver. Parece.


domingo, 9 de setembro de 2012

Ciclo da vida, o encantamento





Fim de tarde encantado.
Hoje ví-vos assim, juntinhas a preparar a partida. Cai-me a lágrima do costume.
Voltem depressa, vou ter saudades e já me vejo em Março de cabeça no ar à procura de um sinal. de renovação, com a certeza de que o ciclo da vida é perfeito.





Vi um arco íris, senti os primeiros pingos de chuva, o cheiro da terra. Vesti um casaco.
Quis ir para lá de onde veio, ou para lá, para onde vai.


domingo, 2 de setembro de 2012

Impotência esta...


 

Geralmente não fico indiferente aos pedintes. Sinto-me envergonhada, humilhada sem saber que fazer. Não sei se é empatia, respeito, medo de um dia estar naquele lugar. Acabo sempre por dar e nem precisam de me contar uma história. Às vezes apetece-me sentar, conversar, perceber, solucionar.
Em casa, raramente abro a porta a não ser que tenha alguma coisa combinada. Não abro mesmo. E a minha mãe também não.
Há dias, aconteceu ao meu marido. Estava na garagem vi-o entrar em casa a correr para vir buscar moedas. Era um rapaz a vender meias da fábrica que o tinha despedido e o resultado foi ficarmos com meias até sermos grandes.
Ontem estava a fazer o jantar, tocou a campaínha a Coelha foi, abriu e chamou-me.
Era um senhor a rondar os 35 anos e foi muito claro. Qualquer coisa. Podia ser desde roupa de bébé, roupa de cama, comida, até artigos de higiene. Lá foi dizendo que estava desempregado e eu que tenho sempre coisas para dizer, só lhe pedi que esperasse e voltei com leite e arroz que tinha ali à mão (mais uma falta de ar e estômago apertado)
Agradeceu educadamente e foi-se embora. Fiquei a remoer na roupa que tinha deixado no contentor adequado há meia dúzia de dias. O meu marido engordou e não lhe serviam os pijamas, os polos, enfim. Fiquei muito calada durante muito tempo, fui buscar outros exemplos, outras situações.
Sinto-me impotente, não gosto do mundo.
Não consigo deixar de pensar no assunto. Não consigo!