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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vem aí

 
 
 


O Natal já anda a mexer comigo. Entre a vontade de adormecer a 23 de Dezembro e acordar a 7 de Janeiro e a vontade de fazer a árvore, ficar de noite a olhar para as luzinhas e deixar-me levar para um mundo encantado.
Vai ser difícil, mais difícil do que possa imaginar. Pelas ausências de muitos anos, pelas mais recentes e pela falta de saúde de outros, que possívelmente impossibilitarão aquela paz que gostamos de ter.
Já para não falar de tudo o resto, o que nos rodeia, o que não podemos mudar e o que podemos em pequenos gestos em demonstrações de carinho.

Aguenta coração.




domingo, 11 de novembro de 2012

Chapéus de chuva e outras coisas







A precisar de respirar, acompanhei o marido numa viagem de negócios a Santander. Muita chuva, uma noite desagradável, mas eu estava encantada que não me é difícil amar as pequenas/grandes coisas.
Depois do check in no hotel, deixámos as malas no quarto e saímos para tomar um chá, que o almoço foi pesado e ajuda a aquecer.
De regresso, ficámos à entrada enquanto eu acabava um cigarro. Aproxima-se uma rapariga e chamou-me a atenção o chapéu de chuva, branco com pintinhas pretas e um folho à volta, assim como uns longos cabelos com canudos largos. Em conversa de circunstâmcia disse que em tempos tive um parecido (chapéu), amarelo, que não sei o que lhe aconteceu...
Eis quando começa a parvoíce.
- Pois eu olho para aquilo e só me lembra lingerie.
- Oh pá, não comeces. Tem uns cabelos lindos a miúda. E o chapéu é engraçado.
- Hummmmm, parou no hall a ver mensagens no telemóvel. Cá p'ra mim... com aquela saia de lantejoulas e aqueles saltos...
-  Não percebes nada de moda, estas coisa usam-se. Não me vais dizer que vem "atacar"?!
- Nãoooooooooo, vem defender!!! Não foi à recepção a mala está vazia (nota-se) e vais ver que nos vai evitar no elevador.
 Entretanto acabava o cigarro e entrámos. Ela ía para os elevadores e quando nos viu parou e verificou de novo o telemóvel. Ele ainda bloqueou a entrada para que ela pudesse subir, mas em vão que ela deu meia volta e ficou a fazer tempo, parecendo não ter entendido nadinha.
- Tás a ver? Eu não disse?
- És horrível, onde aprendes tu estas coisas? Muita experiência, imagino...
- Parva! Vejo na TV.
- Ah, pois tá bem...



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Viagem com eles



 


Não tenho cemitérios físicos para visitar, mas no entanto já fiz uma longa viagem interior desde Moçambique. até às Azenhas do Mar. Desde a minha avó paterna, até aos avôs que não conheci. Aos meus bichos, amigos, familiares e amigos.

Tenho andado raivosa, desencantada e céptica.
Na quinta feira passada, antes de adormecer pedi para sonhar com o meu pai, pedi para matar saudades, por algum conforto. Acordei madrugada fora com a minha mãe caída nas escadas, num cenário de terror que não consigo esquecer. Pareceu-me morta. Pontos na cabeça, uma costela partida e muitos hematomas.
Senti-me traida e abandonada. Zanguei-me com os Deuses, com o meu pai, comigo e com os meus remorsos. Senti que tudo é uma grande e cruel mentira, não me falem de amor e afins, que não quero ouvir.

Enquanto viajei hoje no tempo, fui comprar um banco para a banheira para tornar mais fácil e confortável o banho dela. Preciso de cuidar dos vivos. Preciso de forças, preciso da fé que me abandona.

Isto também há-de passar.